Agora a guerra é outra
Pinto da Costa está na presidência do FC Porto há 42 anos (Vítor Garcez)

Agora a guerra é outra

OPINIÃO25.04.202409:00

Pinto da Costa foi mestre a escolher o alvo, que já não está no Sul. Está mesmo ali ao lado...

Fim de semana de emoções fortes para os adeptos do FC Porto e especialmente para Pinto da Costa. Para todos os da minha geração, o único presidente dos dragões! São 42 anos (!) na liderança e um infindável número de títulos. Nacionais, europeus e mundiais, tanto no futebol como nas modalidades. Que terão, naturalmente, peso na decisão dos sócios - no FC Porto, cada associado tem direito a um voto - nas eleições de depois de amanhã, mas que poderão não ser determinantes.

Pinto da Costa tem agora um adversário que ameaça destroná-lo. André Villas-Boas preparou-se para ocupar a verdadeira cadeira de sonho e já todos percebemos que estas serão as eleições mais concorridas de sempre e também as mais equilibradas. Já o eterno presidente foi perdendo fulgor. Mais devido a quem escolheu para ter ao lado nos últimos anos do que pela idade.

O desequilíbrio financeiro do clube acentuou-se a cada relatório e contas e Sérgio Conceição não conseguiu maquilhar todos os problemas. O treinador fez autênticos milagres, mas a qualidade do plantel foi decrescendo de época para época. Tanto assim é que daqui a quatro jornadas o melhor que os azuis e brancos podem atingir é o terceiro lugar. O que não sucede há já oito anos e que é um indicador de que muito tem de mudar no reino do dragão.

Quis o destino que no dia a seguir às eleições o FC Porto receba um renovado e pujante Sporting, como talvez nunca se viu nos últimos 40 anos e que até pode fazer a festa de campeão em pleno Dragão - só pode acontecer em caso de vitória e se o Benfica for derrotado pelo SC Braga na véspera. Logo o Sporting de Frederico Varandas, o mais recente inimigo de Pinto da Costa, que foi gerindo com mestria durante décadas o posicionamento entre Benfica e Sporting na guerra que sempre soube fomentar entre Norte e Sul. A estratégia foi perfeita na escolha dos aliados. De ocasião, claro.

O alvo, porém, agora é outro. E não está no Sul. Está mesmo ali ao lado... Vamos ver se está preparado para ele.