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Agricultura, educação e as mães com quatro filhos que não devem pagar impostos: algumas das ideias defendidas na Convenção do Chega

Agricultura, educação e as mães com quatro filhos que não devem pagar impostos: algumas das ideias defendidas na Convenção do Chega
TIAGO MIRANDA

Entre moções e intervenções, os delegados do partido de André Ventura têm muitas propostas (e críticas): é preciso atrair jovens para a agricultura, é uma pena que os telemóveis sejam usados para “ver futebol” na sala de aula, e é imperativo que o Chega “forme os próximos autarcas do país”. Houve ainda elogios ao ideólogo de Bolsonaro e a Orbán, com um aviso à líder da Comissão Europeia

Agricultura, educação e as mães com quatro filhos que não devem pagar impostos: algumas das ideias defendidas na Convenção do Chega

Tiago Soares

Jornalista

Agricultura, educação e as mães com quatro filhos que não devem pagar impostos: algumas das ideias defendidas na Convenção do Chega

Tiago Miranda

Fotojornalista

A V Convenção Nacional do Chega está a acontecer no CNEMA, onde se realiza a Feira Nacional de Agricultura. Nem de propósito, a agricultura tem sido um dos temas mais abordados pelos delegados do Chega: desde a produção de batata, “que é hoje 20% do que era nos anos 90”, ao abandono das pescas, pedem-se “soluções inovadoras” para “atrair as novas gerações” para o sector.

No primeiro dia (sexta-feira), Pedro Frazão, deputado eleito por Santarém e vereador na autarquia local, já tinha referido a coincidência de esta Convenção Nacional arrancar no dia em que o Governo extinguiu a Secretaria de Estado da Agricultura. “Isto é uma vergonha. O Ministério da Agricultura está a ser desmembrado”, descreveu, qualificando a ministra como “uma autêntica Miss Incompetência”.

A importância do municipalismo foi sublinhada várias vezes, entre críticas aos autarcas do PS. “Queremos formar os próximos autarcas”, afirmou este sábado Filipe Melo, deputado do Chega eleito por Braga.

José Maria Matias, delegado e irmão da deputada Rita Matias, apresentou uma moção que tem as famílias como tema central: propõe que as mães com quatro ou mais filhos fiquem isentas de impostos até ao fim da vida.

A educação também tem tido espaço: além da solidariedade com a luta dos professores e das habituais críticas aos temas de Cidadania, há a apontar um ataque furioso ao principal objeto do século XXI: os telemóveis são hoje “ferramentas educativas” usadas para ver “futebol na sala de aula”, lamentou um dos oradores mais jovens da Convenção nesta manhã de sábado.

O Chega define a disciplina de Cidadania como “ideologia de género”, uma designação usada pelos partidos à direita para descrever, por exemplo, o movimento feminista. Mas, na verdade, a maioria dos temas ensinados na disciplina estão presentes em documentos como a Carta dos Direitos Humanos ou a Constituição da República Portuguesa – ou mesmo situações mais corriqueiras, mas imprescindíveis, como a segurança rodoviária.

A literacia financeira também está presente no programa da disciplina de Cidadania – e, curiosamente, foi o tema de uma das 20 moções apresentadas na Convenção.

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