Guerra no Médio Oriente

Alemanha considera "sinal errado" decisão de encerramento da Al-Jazeera em Israel

Alemanha considera "sinal errado" decisão de encerramento da Al-Jazeera em Israel
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Para Berlim, é um "sinal errado" a decisão de encerrar a Al-Jazeera sob a acusação, segundo Israel, de incitar a ataques contra a segurança do Estado e de agir como órgão de propaganda dos islamitas palestinianos do Hamas

As autoridades alemãs criticaram, esta segunda-feira, Israel pelo encerramento da redação da televisão Al-Jazeera, sublinhando a importância da liberdade de imprensa, sobretudo "em tempos de conflito".

"Uma imprensa livre e diversificada é a pedra angular de qualquer democracia liberal. Especialmente em tempos de conflito é de importância crucial proteger a liberdade de imprensa", afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros alemão numa publicação na rede social X.

Para Berlim, é um "sinal errado" a decisão de encerrar a Al-Jazeera sob a acusação, segundo Israel, de incitar a ataques contra a segurança do Estado e de agir como órgão de propaganda dos islamitas palestinianos do Hamas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou a decisão domingo do encerramento, sublinhando unanimidade por parte do gabinete de guerra.

Pouco depois do anúncio ao abrigo da lei que permite restringir a atividade dos meios de comunicação estrangeiros considerados hostis durante 45 dias, com possibilidade de prorrogação, a polícia israelita invadiu os escritórios da televisão em Jerusalém Oriental e apreendeu equipamento técnico.

A Al-Jazeera negou quaisquer ligações com o Hamas que violem o seu código de ética e denunciou a ação como "enganadora e difamatória".

A Al Jazeera é dos poucos meios de comunicação internacionais que continua em Gaza durante a guerra, transmitindo cenas sangrentas de ataques aéreos e hospitais sobrelotados, acusando Israel de cometer massacres, ao passo que Israel acusa a estação de televisão de colaborar com o Hamas.

A atual guerra na Faixa de Gaza teve início com um ataque sem precedentes do Hamas a Israel, a 7 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos, a maioria dos quais civis, e o sequestro de mais de 250 reféns, dos quais 128 permanecem em cativeiro em Gaza e 35 terão morrido, de acordo com dados israelitas.

Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma vasta ofensiva na Faixa de Gaza, que já causou cerca de 35.000 mortos, a maioria dos quais civis, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

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