Economia

Ana Mendes Godinho quer "posicionar Portugal como país para trabalhar, temos a porta aberta a pessoas da CPLP"

Ana Mendes Godinho quer "posicionar Portugal como país para trabalhar, temos a porta aberta a pessoas da CPLP"
luís barra

Ministra do Trabalho realça que o turismo perdeu 100 mil trabalhadores com a pandemia, falta recuperar 60 mil, e “com as pessoas que temos em Portugal não chega”

O turismo "perdeu 100 mil trabalhadores durante a pandemia, terá já recuperado cerca de 40 mil, falta ainda recuperar 60 mil", salientou Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, na cimeira da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), que decorre esta terça-feira em Lisboa.

"O turismo precisa de pessoas, cada vez mais o mundo do trabalho é aberto na Europa, e a pandemia também abalou todos de forma sísmica até do ponto de vista de motivações dos trabalhadores, que são hoje diferentes", considerou a ministra, enfazizando o "grande desafio de atrair os nossos jovens a trabalharem no turismo, mas também abrir o mercado de trabalho aos que vêm de fora".

Os atuais números "são assustadores", e mostram que "62% dos jovens em Portugal não têm um contrato permanente, o que significa que não conseguem sequer decidir o seu futuro, como por exemplo terem filhos", realçou Ana Mendes Godinho, pondo a tónica não só "em melhores salários" mas em condições que permitam "conciliação entre vida pessoal e profissional".

"A falta de mão-de-obra até é um problema bom, estamos com a taxa de desemprego mais baixa, de 5,9%, há uns anos nem eu acreditava que seria possível", referiu.

Para suprir a atual escassez de recursos humanos, "com as pessoas que temos em Portugal, não chega" e os acordos de mobilidade preparados pelo Governo têm um papel-chave, sublinhou a ministra do Trabalho.

"Temos de posicionar Portugal como país para trabalhar, temos a porta aberta para trabalhadores da Comunidade de Países de Lingua Portuguesa (CPLP)".

Uma das primeiras iniciativas irá decorrer em Cabo Verde, a 20 de outubro, em que "Portugal irá apresentar pela primeira vez ofertas de emprego e com vistos para trabalhar" - sendo também relevante "garantir que sabemos acolher estas pessoas", e neste campo a ministra diz contar com o esforço dos empresários do turismo, a nível de condições de alojamento, entre outras.

“Discriminação fiscal positiva” para empresas que aumentem salários

Ana Mendes Godinho destacou ainda o sucesso do visto criado este mês para nómadas digitais e trabalhadores remotos em Portugal. "Estamos a ter imensos pedidos, de pessoas que querem saber se conseguem por esta via ficar com número da Segurança Social".

A ministra do Trabalho também enfatizou o objetivo de atrair em Portugal mais jovens e trabalhadores para o turismo, entre outros sectores, através do acordo de rendimento e competitividade que está à mesa das negociações em sede de Concertação Social.

"Precisamos muito de jovens, e tudo faremos para os reter", garantiu Ana Mendes Godinho, realçando que no acordo que está a ser trabalhado com a Concertação Social é contemplada a melhoria salarial, "garantindo que há discriminação fiscal positiva para empresas" envolvidas com este objetivo, e que "pelo facto de aumentarem salários não terão repercussão a nível de IRS, é algo que queremos conseguir e para isso estamos a trabalhar à mesa das negociações".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: cantunes@expresso.impresa.pt

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