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Ano Nobo Quarteto +1 para preservar o legado do mestre de São Domingos

As mais de quatrocentas composições que o músico deixou são interpretadas por sucessivas gerações no interior da ilha de Santiago.
Tiago Sousa Dias 6 de Maio de 2024 às 18:12
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Ano Nobo Quarteto +1 para preservar o legado do mestre de São Domingos
"Ano Nobo (Fulgêncio Tavares) é um filho de São Domingos. Grande mestre e compositor, um dos maiores poetas de Cabo Verde", quem o diz é Pascoal, que está sentado ao lado de Quim di Nanda, os dois são grandes seguidores do trabalho deixado pelo músico, compositor e dramaturgo de São Domingos, interior da ilha de Santiago, que se juntaram a três filhos do mestre para formar o Ano Nobo Quarteto +1, e divulgar as mais de quatrocentas músicas que o compositor deixou. "Esta banda tem como objetivo preservar o legado do Ano Nobo e difundir a sua obra. A banda foi criada por um acaso, sem nada premeditado, mas ficou formada por três filhos do Ano Nobo, o Flávio Tavares ‘Afrikano’, o Fulgêncio Tavares ‘Nono’ e o Epifânio Tavares ‘Fany’, tendo como discípulos, também, o Joaquim Leal, conhecido como Quim di Nanda, que é sobrinho do Ano Nobo, e eu, Pascoal di Nha Bebé, um dos discípulos da terceira geração dos músicos que aprenderam a tocar com o Ano Nobo", explica Pascoal.

A participação do Ano Nobo Quarteto +1 no Atlantic Music Expo teve como objetivo encontrar um caminho para gravar e divulgar o legado do compositor para além-fronteiras. A atuação no Palácio da Cultura Ildo Lobo deixou os músicos emocionados, "Não esperava tanta reciprocidade da plateia, composta por pessoas desconhecidas, mas que cantaram connosco e aplaudiram. Considero termos prestado um bom serviço", reage Pascoal di Nha Bebé.

Quim di Nanda faz questão de sublinhar que o quarteto é mais do que uma banda para tocar e atuar, que também é importante o trabalho na educação que Ano Nobo deixou. "Foi um autêntico mestre e professor. Também temos essa responsabilidade de formar, de manter o legado, formando novas gerações. Infelizmente, como disse o Pascoal, ele com sessenta anos é terceira geração, Eu com cinquenta sou da quarta geração, temos o Fany e o Nono lá para a sexta ou sétima geração, mas ainda há a décima geração com jovens de catorze e quinze anos que já estão tocando. A escola secundária de São Domingos tem o nome de Ano Nobo (Escola Secundária Fulgêncio Tavares), temos lá uma sala de música bem equipada e com professores formados. Assim continuamos o projeto Ano Nobo, a ensinar e formar jovens na área da música, sobretudo a tocar violão tradicional" conclui Quim di Nanda.
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