Guerra na Ucrânia

Chefe da diplomacia da UE defende fundos europeus para indústria militar de Kiev

Josep Borrell
Josep Borrell
Yves Herman/Reuters

"Não partimos do zero [pois] já existe muita cooperação em curso, [já que] várias empresas europeias criaram recentemente empresas [conjuntas] na Ucrânia para deslocar a reparação e a manutenção para mais perto da frente, mas também para produzir munições de artilharia", diz Josep Borrell

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) defendeu hoje a utilização de fundos comunitários para impulsionar a indústria militar da Ucrânia com iniciativas conjuntas entre empresas ucranianas e europeias, apelando à mobilização da ajuda militar prometida.

"Há muita capacidade [de produção] na Ucrânia, [mas] é necessário financiamento. É por isso que este fórum nos junta hoje, para identificar oportunidades concretas de iniciativas conjuntas entre empresas ucranianas e europeias, impulsionar a produção industrial ucraniana e ajudar a Ucrânia a rearmar-se e financiar-se" face à invasão russa, declarou Josep Borrell.

Falando no arranque do Fórum das Indústrias de Defesa UE-Ucrânia, em Bruxelas, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança acrescentou: "Não partimos do zero [pois] já existe muita cooperação em curso, [já que] várias empresas europeias criaram recentemente empresas [conjuntas] na Ucrânia para deslocar a reparação e a manutenção para mais perto da frente, mas também para produzir munições de artilharia".

Nesta intervenção no evento que junta em Bruxelas cerca de 140 empresas provenientes de 25 Estados-membros, Josep Borrell recordou que "a Ucrânia carece de munições de defesa aérea e de artilharia", razão pela qual os Estados-membros devem "aumentar as suas capacidades para prestar a ajuda militar prometida".

"As decisões de apoiar a Ucrânia, bem como o adiamento da implementação dessas decisões, têm consequências hoje e amanhã, para a Ucrânia e para nós, e este facto deve orientar o nosso pensamento estratégico", apelou o chefe da diplomacia comunitária, apelando a que os países da UE sejam "estratégicos ao pensar [sobre] quais são os desafios que a Ucrânia está a enfrentar".

"É uma questão de responsabilidade para os europeus", sublinhou.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

Recentemente, a UE criou um novo Fundo de Assistência à Ucrânia com uma dotação de cinco mil milhões de euros, no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz.

Além do apoio financeiro ao país, a diplomacia europeia pretende canalizar para a Ucrânia as receitas provenientes dos ativos imobilizados da Rússia num apoio direito à indústria de defesa ucraniana.

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