Chega admite descer IRS ao lado do PS
André Ventura apelou ao Governo para “descer do pedestal” e apontou que é “bizarro” votar com os socialistas.
João Reis Alves
24 de Abril de 2024 às 01:30
O presidente do Chega, André Ventura, admitiu ontem votar a favor da proposta do PS para o IRS “se isso garantir que os impostos são reduzidos”, uma posição que o próprio considera “bizarra”.
“As propostas que mais baixam os impostos, infelizmente, são as do Chega e do PS”, referiu o líder do partido, que apelou ao Governo para “descer do pedestal” e se reunir com o Chega para “baixarmos os impostos a quem ganha menos”. “Nós queremos é baixar os impostos, não interessa quem vota na proposta”, apontou.
Para o debate de hoje, onde vai estar o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o PS propõe alterações às tabelas de IRS (ver infografia), mudando a forma de aplicar os 348 milhões de euros de alívio fiscal propostos pelo Executivo. “Tem maior justiça fiscal, é mais redistributivo e chega a mais gente”, defendeu a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, mostrando que tem a “expectativa de que o nosso projeto possa vir a ser aprovado” e que está “disponível para o debate parlamentar” sobre as medidas.
Já o Chega quer que os rendimentos até mil euros estejam isentos de IRS, além de propor “um reajuste dos escalões”, mantendo-se o “número de escalões, mas mudam os limiares”, disse André Ventura na segunda-feira. Estas medidas teriam um custo de “1175 milhões de euros”, um valor quase quatro vezes superior ao estimado pelo Executivo.
O CM contactou o Governo para saber se haveria abertura para aceitar estas propostas, mas não obteve resposta.
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