As violentas cheias que atingem o estado brasileiro do Rio Grande do Sul desde a semana passada já desalojaram 207,8 mil pessoas. O dado foi avançado pelo governador do estado, Eduardo Leite, que confirmou ainda a morte de 95 pessoas e o desaparecimento de outras 131.
Do total de pessoas forçadas a fugir de suas casas pela violência da cheia que tomou conta de centenas de cidades no maior estado do sul do Brasil, 159.036 estão alojadas provisoriamente em casas de familiares e amigos, hotéis em locais onde a cheia não chegou, ou em outros locais que elas mesmo conseguiram. Mas outras 48.799 pessoas não tiveram para onde ir, e foram acolhidas em abrigos improvisados em escolas, igrejas, ginásios, prédios públicos e outros pontos de acolhimento criados pelos governos estadual e municipal ou por entidades particulares e por voluntários, e em alguns casos já tiveram de fugir às pressas pela segunda vez, pois as águas também invadiram os locais onde os seus abrigos funcionavam.
O número de pessoas que agora perderam as suas casas ou foram forçadas a sair delas somente com a roupa do corpo e sem saberem como as encontrarão quando voltarem, é quatro vezes superior ao registado em Setembro passado na região central do Rio Grande do Sul, atingido nessa altura pelo que até agora era a maior tragédia climática do estado, que matou 54 pessoas. Ainda de acordo com o governador Eduardo Leite, dos 497 municípios do Rio Grande do Sul 401 já foram atingidos pela chuva torrencial e as cheias que se seguiram, tendo afectado, em um grau maior ou menor, pelo menos 1,4 milhão de pessoas, e a situação pode piorar ainda mais, pois a meteorologia prevê chuva muito forte para os próximos dias.