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Entrevista a Tim Booth (James): “Na adolescência ‘morri’, mas fico tão feliz por ter estado doente. Foi a fonte da minha criatividade”

Tim Booth (James)
Tim Booth (James)
Getty Images

Acabam de lançar um novo álbum, “Yummy”, e em junho atuam no Rock in Rio Lisboa. Aos 64 anos, Tim Booth continua a procurar a iluminação através da música e da dança. Em entrevista, recorda como tudo começou: “Durante a adolescência estive muito doente e infelicíssimo. Depois um médico disse-me que a medicina ocidental não tinha nada para me oferecer, o que me lançou nesta procura”

Entrevista a Tim Booth (James): “Na adolescência ‘morri’, mas fico tão feliz por ter estado doente. Foi a fonte da minha criatividade”

Lia Pereira

Jornalista

Regressam a Portugal no próximo mês de junho, trazendo ao Rock in Rio Lisboa, no dia 22, o seu novo álbum “Yummy”, mas não só. “Só decidimos o alinhamento uma hora antes de entrarmos em palco”, garante-nos Tim Booth, vocalista de uma banda que continua a lançar álbuns por gosto, e que neste momento conta com nove músicos no seu núcleo. “Devíamos ser como o Ed Sheeran, faria muito mais sentido”, ri-se o timoneiro da banda. “Mas escolhemos ser os James. Escolhemos fazer a melhor música que conseguirmos, e isso implica empregar muita gente.” Conversa sobre o estado do mundo, de Bruce Springsteen e dos Coldplay até Donald Trump e à emergência climática.

Onde vive, hoje em dia?

Sabe Deus onde é a minha casa. Nem sei dizer. Há ano e meio que estou em Inglaterra, a escrever. Isto para terminar o meu romance e o novo disco dos James.

Da última vez que conversámos, estava a viver na Califórnia, nos Estados Unidos, perto de um parque natural.

Sim, era incrível, mas íamos acabar por morrer queimados [devido aos fogos florestais]. Por isso, tivemos de fazer as malas e sair de lá. Neste momento, não sei onde vivo.

E que livro está a escrever? É o romance que teve de parar, quando sofreu de bloqueio de escritor, ao final de 300 páginas?

Sim, trabalhei neste livro durante mais de dez anos, no intervalo entre os discos de James, e de facto tive um bloqueio de escritor. Durante ano e meio, não consegui avançar nada. O último ano foi muito intenso: estive a terminar o livro e a reescrever muita coisa. Agora está bem encaminhado. É um thriller sobre um cantor maluco que tem uma banda, chamada The Lucky Fuckers. Ele volta da cura de desintoxicação e tentar voltar a juntar a sua banda, mas todas as tentações da indústria à qual eu pertenço estão à sua espera. Na história, vamos tentar perceber se ele consegue resistir a essas tentações, ou se irá seguir pelo mesmo caminho que antes. Também tem algo de sobrenatural: há um fantasma e todo o tipo de coisas. É uma viagem bizarra, e uma comédia negra.

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