Um irmão e o filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro foram tornados arguidos esta semana em dois processos diferentes, um que tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo e o outro que tramita no Tribunal de Justiça de Brasília. Angelo Guido Bolsonaro, de 70 anos, irmão mais velho do antigo governante é acusado de homofobia e de ameaça e Jair Renan Bolsonaro, o filho mais novo, de 26 anos, é acusado de burla e lavagem de dinheiro.
No caso de Angelo, o irmão de Bolsonaro envolveu-se num episódio de agressividade quando fazia compras num supermercado da cidade de Eldorado, onde vive, no interior do estado de São Paulo, depois de esbarrar acidentalmente num funcionário da loja, um adolescente de 17 anos. De acordo com a apuração policial, Angelo, mostrando ser tão intempestivo quanto o irmão político, começou a gritar com o adolescente, chamando-o, por outras palavras, de homossexual, e chamando-o para irem os dois para fora da loja, para, gritava, resolverem a questão à pancada, "como homens".
Já no caso de Jair Renan, ele é acusado de fraude financeira e de lavagem de dinheiro, usando a sua empresa de eventos, já envolvida em outras denúncias. De acordo com o processo, que tramita em Brasília, o filho mais novo de Bolsonaro, o único que não tem um cargo público electivo, falsificou o balanço e a movimentação real da sua empresa para conseguir empréstimos bancários muito superiores aos que o facturamento real permitiria e, ainda por cima, não os pagou.
Jair Renan é figura frequente nas páginas da imprensa por denúncias de irregularidades, mas é a primeira vez que é constituído arguido. Vivendo uma vida de luxos e gastos muito acima dos seus rendimentos conhecidos, Jair Renan já foi acusado, entre outros episódios, de cobrar de empresários para conseguir encontros destes com o pai quando Bolsonaro ainda era presidente, e de usar a sua proximidade com o poder para viajar e se hospedar em hotéis de luxo sem pagar.