"Pouco ambiciosa", com "cheiro a passado" e "à moda antiga". Foi assim que os partidos políticos com assento parlamentar reagiram, esta quinta-feira, à
lista de nomes do Governo apresentada pelo líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro. À exceção do PSD e do CDS-PP, todos os líderes partidários consideraram que a nova composição do Executivo não tem capacidade para responder aos problemas do País.
PS: "Parece trazer retrocesso"
O socialista Pedro Delgado Alves acredita que o novo Governo pode pôr em causa a estabilidade política e que "parece trazer o retrocesso".
"Como é que, perante aquilo que todos pudemos verificar nos últimos dias, a instabilidade que existe em sede parlamentar, como é que esta configuração ministerial vai superar esta dificuldade, como é que o futuro Governo pretenderá governar?", questionou.
Chega: "Governo durará pouco"
O presidente do Chega, André Ventura, considerou que as escolhas do líder da Aliança ficaram aquém das expectativas e disse acreditar que o novo governo durará pouco.
"Revelou-se alguma incapacidade do Primeiro-ministro indigitado de conseguiu recrutar nomes com prestígio que era o que o país precisava neste momento. Montenegro podia ter feito bastante mais. Este Governo durará pouco", disse André Ventura.
CDS. "Governo vai "repor a dignidade das forças policiais"
Paulo Núncio, do CDS-PP, disse aos jornalistas que os nomes apresentados mostram um Governo "reformista e ambicioso", que vai "repor a dignidade das forças policiais".
"É seguramente um Governo que vai cumprir o programa eleitoral apresentado pela AD. É também um governo preparado para repor o humanismo e eficácia no SNS. Para repor a qualidade e exigência na escola pública e para repor a dignidade as forças policias", afirmou.
PSD: "Governo à moda antiga"
O deputado social-democrata Hugo Soares diz que a lista revelada mostra um "Governo à moda antiga".
"O novo Governo de Portugal conjuga a experiência política com a capacidade de recrutamento na sociedade civil. O Governo para além desta experiência política foi capaz também de recrutar na sociedade civil. Isto parece-me muito importante. É um Governo construído à moda antiga", explicou.
PAN: "Retrocesso na igualdade de género"
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, classificou a composição do Executivo "um retrocesso na igualdade de género".
"Esta composição é um retrocesso na igualdade de género. Esperávamos mais ambição", disse.
PCP: "Não é um Governo que garanta a resolução dos problemas"
O deputado António Filipe firmou que o PCP se vai assumir como oposição ao novo Governo, explicando que este não "garante a solução de problemas" que afetam os portugueses.
"O conhecimento da composição confirma as preocupações que o PCP tem vindo a manifestar. conhecemos o programa e o perfil político das personalidades escolhidas. Não é um Governo que garanta a resolução dos problemas que os portugueses se confrontam", afirmou.
Livre critica junção dos Ministérios das Infraestruturas e Habitação
Paulo Muacho, deputado do Livre, criticou a composição o Governo, nomeadamente pela junção dos Ministérios das Infraestruturas e Habitação.
"São áreas que têm problemas muito específicos, diferentes, e são áreas que, do ponto de vista do Livre, são essenciais para o futuro do país, para o desenvolvimento do país, e mereciam esse peso político de serem tuteladas por ministérios próprios", defendeu.
IL: "Parece demasiado grande"
O liberal Bernardo Blanco destacou que existe equilíbrio entre as pessoas com experiência política e as pessoas de sociedade civil na lista apresentada por Montenegro. No entanto, considerou que o Executivo tem demasiados ministérios.
"Os jovens não precisam de um ministério", vincou.
BE: "Governo cheira a passado"
O deputado Fabian Figueiredo disse que o Governo "cheira a passado e que resgatou figuras da Troika".
"É um Governo que traz figuras da área dos interesses imobiliários para a justiça, que traz defensores dos `vistos gold´para a área da habitação, que traz uma académica contra os direitos do trabalho para o Ministério do Trabalho, uma conservadora para a Cultura. É um novo Governo que cheira a passado, que resgata várias figuras da troika, por isso não trará soluções para os problemas que o país tem", apontou.