Economia

Os ministros devem ser contratados de forma profissional como os CEO?

28 janeiro 2023 18:41

Cátia Mateus

Cátia Mateus

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Jornalista

Especialistas defendem que ministros e secretários de Estado de áreas técnicas, como a Economia ou as Finanças, deveriam ser alvo de recrutamento profissional

tiago petinga/lusa

Especialistas em recrutamento de gestores de topo defendem que a atual crise de credibilidade do Executivo se resolveria com uma seleção profissional dos membros do Governo, cumprindo mecanismos de referenciação e verificação rigorosos

28 janeiro 2023 18:41

Cátia Mateus

Cátia Mateus

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Jornalista

Nove meses de Governo, 13 demissões (11 secretários de Estado e dois ministros). É azar? Não, é falta de rigor e amadorismo, defendem os líderes de algumas das principais empresas de executive search (recrutamento de quadros de topo) a operar em Portugal. O recrutamento profissional de membros para o Governo já foi abordado em Portugal, sobretudo para cargos mais técnicos, como o de secretário de Estado, mas a cultura muito enraizada de recrutar diretamente no aparelho partidário travou quaisquer avanços. Especialistas continuam a defender que aplicar as ferramentas do executive search à seleção dos membros do Governo é a forma de restaurar a sua credibilidade e minimizar o risco das más escolhas.

O recurso a empresas de recrutamento profissional para identificar ministros e secretários de Estado não é novidade em países onde a cultura da meritocracia está mais desenvolvida do que em Portugal ou nos designados mercados emergentes. No México, onde o antigo CEO da Coca-Cola na América Latina, Vicente Fox, chegou a Presidente no ano 2000, foi criado por sua iniciativa um comité de três profissionais de executive search que garantiam o apoio necessário na identificação e validação de líderes para cargos essenciais ao desenvolvimento do país. Em Portugal, o tema continua a ser tabu.