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Pinto da Costa enfrenta oposição nas eleições pela quarta vez em 42 anos

André Villas-Boas e Nuno Lobo também estão na corrida pela presidência do FC Porto.
Lusa 26 de Abril de 2024 às 09:07
Pinto da Costa
Pinto da Costa FOTO: Pedro Catarino
Pinto da Costa encara oposição pela quarta vez em 42 anos como presidente do FC Porto no sábado, ao concorrer nas eleições dos vice-campeões nacionais de futebol com André Villas-Boas e Nuno Lobo, após 15 triunfos consecutivos.

Sucessor de Américo de Sá desde 17 de abril de 1982, o 33.º líder máximo da história do clube, de 86 anos, teve 12 vitórias como candidato único, derrotou o médico José Martins Soares por duas vezes sucessivas, em 1988 e 1991, e suplantou o jurista José Fernando Rio e o empresário e professor Nuno Lobo em 2020, num sufrágio disperso por dois dias.

Pinto da Costa impôs-se há quatro anos com 5.247 dos votos (68,65%), contra 2.071 de Rio (26,44%) e 384 de Lobo (4,91%), correspondendo a percentagem mais baixa dos 15 êxitos obtidos no seu 'reinado' às eleições do FC Porto mais participadas no século XXI.

Apesar das restrições sanitárias em vigor, devido à pandemia de covid-19, estiveram no pavilhão Dragão Arena 8.480 sócios, fasquia inferior ao recorde fixado em 1988, quando 10.731 rubricaram o primeiro triunfo do presidente 'azul e branco' sobre Martins Soares.

Único oponente de Pinto da Costa nas urnas durante 38 anos, o médico não passou dos 535 votos (5%) e ficou longe dos 10.196 do dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial (95%), perdendo com uma margem ligeiramente menor três anos depois.

A afluência 'caiu' para pouco mais de metade do recorde atual em 1991 e Martins Soares reuniu a preferência de 1.164 associados (18%), face aos 4.614 votos (82%) totalizados por Pinto da Costa, que, sem adversários, foi tendo diversas vitórias próximas dos 100%.

Se os resultados oficiais da maioria dos atos eleitorais ocorridos na década de 1980 e de alguns nos anos 90 são desconhecidos, o arquivo noticioso da agência Lusa atesta essa imagem de unanimidade em 1994 (99,19%, com 1.470 dos 1.482 votos somados), 1998 (99,81%, com 2.072 de 2.076), 2001 (98,83%, com 1.016 de 1.028), 2004 (99,25%, com 1.060 de 1.068), 2007 (98,43%, com 3.769 de 3.829), 2010 (98%, num escrutínio em que os 'dragões' não indicaram o número de votantes) e 2013 (99,13%, com 1.258 de 1.269).

A tendência já vinha desde 1982, quando 4.573 associados (91,02%) elegeram Pinto da Costa como sucessor de Américo de Sá, num total de 5.024 votos, alguns dias depois de o banqueiro Afonso Pinto de Magalhães, líder do FC Porto de 1967 a 1972, ter retirado a sua candidatura, mantendo apenas uma lista ao Conselho Superior, que seria derrotada.

Os 'dragões' revitalizaram-se nas quatro décadas seguintes, fruto da conquista de 2.586 troféus em 21 modalidades - 68 dos quais no futebol sénior masculino -, mas os últimos anos foram reforçando as críticas à atual gestão desportiva, económica e infraestrutural.

Sinal disso foram as eleições de 2016, as últimas disputadas de forma isolada, nas quais Pinto da Costa obteve 79%, para um total de 2.403 eleitores, com 21% de boletins nulos.

Esse resultado baixaria mais de 10 pontos percentuais quatro anos depois, sob efeito de um contexto tripartido, que se repete entre as 09:00 e as 20:00 de sábado, no Estádio do Dragão, no Porto, mantendo dois protagonistas e juntando o principal rosto da oposição.

Vencedor de quatro troféus pela equipa de futebol 'azul e branca' em 2010/11, incluindo campeonato e Liga Europa, o antigo treinador André Villas-Boas (lista B) concorrerá pela primeira vez à liderança do clube e encabeça uma contestação sem precedentes a Pinto da Costa (A), que é apoiado por dois dos três oponentes eleitorais enfrentados até 2024.

José Fernando Rio declarou publicamente essa posição no início de abril e José Martins Soares é o sétimo nome indicado pelo presidente do FC Porto para o Conselho Superior, órgão consultivo que já disputou em 2020 como primeira escolha de Nuno Lobo (lista C).

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