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Pode um mapa num equipamento cancelar um jogo de futebol? Aconteceu na Argélia

Equipa foi a Argel jogar com imagem que mostra região alvo de disputa no território de Marrocos.
Correio da Manhã 24 de Abril de 2024 às 15:38
Equipamento do Berkane
Equipamento do Berkane

O futebol sempre foi mais do que um desporto com onze pessoas - homens ou mulheres - a correr atrás de uma bola. A paixão pelo jogo leva milhares, todas as semanas, aos estádios. Adeptos que se identificam e revêm num clube, região ou país que os representa.

Por isso, simples fenómenos observados em jogos de futebol podem não ser... assim tão simples.

No domingo, um encontro da primeira mão das meias-finais da Taça da Confederações africanas (a segunda competição continental de maior relevo naquele continente) não se realizou. Tudo por uma controvérsia com um mapa na camisola de uma das equipas.

Os marroquinos do Renaissance Berkane, que enfrentavam os argelinos do USM Alger, têm no equipamento um mapa de Marrocos que inclui o Saara Ocidental no seu território, uma região com histórico de tensão entre os dois países vizinhos.

A Argélia vê o mapa como uma provocação e o equipamento laranja com o desenho vermelho no centro foi confiscado pelas autoridades, assim que o Berkane aterrou na capital argelina.

O clube marroquino já tem usado este equipamento ao longo da temporada e a Confederação Africana de Futebol (CAF) já tinha defendido o seu direito a utilizá-lo na Argélia.

As duas equipas estavam no estádio mas só a equipa da casa saiu para o relvado. Os atletas do Berkane ficaram no balneário. A CAF disse que ia "comunicar os acontecimentos às autoridades competentes". A segunda mão está agendada para domingo, 28 de abril.

Os marroquinos reclamaram o território em disputa em 1957, quando ainda estava sob controlo de Espanha, e anexaram o território em 1975.

É a região com maior área e com mais habitantes da lista da ONU de territórios não autónomos. Tem sido alvo de muitas disputas entre os marroquinos e os sahrawi, povo indígena, liderados pela Frente Polisário, que são apoiados pela Argélia.

Os confrontos com mais de 16 anos terminaram com um pedido de cessar-fogo das Nações Unidas. 

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