Regressando ao 25 de Novembro, que tanta ansiedade cerimonial provoca na direita. Sempre aderi à importância desta data. Abril também triunfou em Novembro. Assinala o fim da luta entre ideias opostas de sociedade, vencendo os que queriam uma democracia pluralista e liberal. Venceu Eanes, que recusa ser um ícone do ressabiamento. Venceu o PS e Mário Soares, triunfadores do 25 de Abril disputado nas ruas entre socialistas, comunistas e esquerda radical. Soares foi decisivo na afirmação de Sá Carneiro e de Freitas do Amaral, puxando-os para a frente. Venceu Costa Gomes e a sua mestria de manobrador. Venceu o Grupo dos Nove, de Vasco Lourenço e Melo Antunes. De alguma forma, Otelo e Cunhal, perdendo, tiveram a lucidez de não radicalizar os seus exércitos. Afinal, que herói querem mitificar com o 25 de Novembro? Jaime Neves? A Igreja? As sombras do MDLP, do ELP, da Maria da Fonte e da Rede Bombista? Ou querem apenas usar o 25 de Novembro para recusar o 25 de Abril? Para radicalizar a polarização em nome de uma agenda espúria, de que o CDS de Núncio e Melo parece ser mais porta-voz que o Chega?! Afinal, onde estavam e o que fizeram pela liberdade?