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Sánchez pondera demitir-se após denúncia contra a mulher

O primeiro-ministro espanhol disse que precisa de parar e refletir sobre se deve continuar à frente do Governo e cancelou a sua agenda pública até 29 de abril.

Pedro Sanchez, primeiro-ministro espanhol
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 24 de Abril de 2024 às 18:53

O primeiro-ministro espanhol está a ponderar demitir-se. Numa publicação na rede social X, Pedro Sánchez anuncia essa intenção, falando de uma manobra da direita e da extrema direita contra a sua mulher, Begoña Gómez, que está a ser investigada por tráfico de influência e corrupção empresarial.

 

No mesmo texto, Sánchez diz que precisa de parar e refletir sobre se deve "continuar à frente do Governo ou renunciar a esta alta honra", tendo cancelado a sua agenda pública até 29 de abril – dia que que anunciará a sua decisão.

 

Hoje soube-se que foi aberta na justiça espanhola uma investigação contra Begoña Gómez. Segundo o  Superior Tribunal de Justiça de Madrid, o processo resulta de uma denúncia apresentada pelo sindicato Manos Limpias.


Na carta aos cidadãos, como lhe chama, Sánchez faz referência aos "ataques" que ele e a mulher têm estado a sofrer, por parte da direita, depois da abertura – nesta terça-feira – de diligências prévias contra Begoña Gómez.

 

Pedro Sánchez acusa o PP e o Vox de promoverem uma estratégia de "perseguição e derrube" – "que tem estado a acontecer há já vários meses". "Trata-se de uma operação de perseguição e derrube por terra, mar e ar, para tentarem fazer-me cair no plano político e no pessoal , atacando a minha esposa", sublinha.

 

O primeiro-ministro de Espanha cita o presidente do Vox, Santiago Abascal, bem como o líder do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, dizendo não se surpreender com a "sobreatuação" de ambos. "Neste atropelo tão grave quanto rudimentar, ambos são colaboradores necessários junto de uma galáxia digital ultradireitista e da organização Manos Limpias", acusa.

"Sem qualquer pudor, o sr. Feijóo e o sr. Abascal, e os interesses que os movem, puseram em marcha o que o grande escritor italiano Umberto Eco chamou de "máquina do tango". Ou seja, tratar de desumanizar e deslegitimar o adversário político através de denúncias tão escandalosas como falsas".

 

Pedro Sánchez refere ainda que a mulher "defenderá a sua honra e colaborará com a justiça".

 

A rematar, o primeiro-ministro dá então a conhecer que está para breve uma decisão. "Tudo isto me leva a dizer-vos que continuarei a trabalhar, mas que cancelarei a minha agenda pública durante alguns dias para poder refletir e decidir que caminho tomar. Na próxima segunda-feira, 29 de abril, comparecerei perante os meios de comunicação social e darei a conhecer a minha decisão", escreve.

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