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Inflação não impediu crescimento no volume de vendas do retalho alimentar em Portugal

Numa altura em que os consumidores foram afetados pela inflação, o crescimento do setor atingiu os 8,2% nas vendas totais face ao 2022, no entanto as vendas reais diminuíram 2%. Números são relativos a 2023 e dizem respeito a relatório da McKinsey & Company.
8 Maio 2024, 14h42

Os consumidores europeus tiveram de ‘apertar o cinto’ no ano passado no que tocou ao sector alimentar, devido à inflação que se fez sentir. A grande maioria dos consumidores passou a optar por produtos mais económicos, o que fez com que, em Portugal, o sector registasse um crescimento ao longo do ano passado, apesar das vendas reais terem diminuído e ficado abaixo dos níveis de 2019.

Os dados são do relatório da McKinsey & Company e da EuroCommerce, “The State of Grocery Retail 2024: Europe – Signs of hope”, que revela que os consumidores europeus pretendem reduzir a compra de produtos económicos este ano.

Em Portugal, no ano passado, as vendas totais cresceram 8,2% face ao ano anterior, no entanto as vendas reais diminuíram 2%. Os supermercados foram quem mais impulsionou o crescimento do sector, enquanto o segmento online teve um desempenho estável e os discounters não conseguiram acompanhar o ritmo do crescimento do mercado.

Ana Paula Guimarães, sócia da McKinsey & Company em Portugal, revela que “a tendência dominante em 2023 em toda a Europa foi a inflação, que captou a atenção do sector alimentar. Em resposta ao aumento dos preços, os consumidores voltaram a ajustar os seus gastos, tal como já tinham feito no ano anterior, o que levou a uma queda no volume e nas operações, embora Portugal tenha contrariado essa tendência com um aumento de 0,4% na cesta de compras dos consumidores”.

O relatório, que teve por base um inquérito feito a mais de 30 líderes europeus e mais de 12 mil consumidores, em 11 países europeus, mostra que alguns grupos de consumidores pretendem começar a comprar produtos de valor mais elevado este ano. Caso esta tendência se mantenha, é esperado que o volume total de produtos alimentares na Europa volte a crescer no segundo semestre do ano.

Segundo o relatório, 45% dos consumidores europeus revela que ainda procuram formas de poupar dinheiro ao fazer compras em 2024. Outra das tendências para este ano, vai ser a “expansão ambiciosa da presença dos retalhistas no retail media”.

Daniel Läubli, Diretor Global de Retalho do Setor Alimentar da McKinsey, afirma que o relatório “continua a apresentar desafios, mas o sentimento do consumidor está a melhorar e surgem novas oportunidades para os retalhistas. Vemos três prioridades estratégicas: equilibrar preços acessíveis com produtos que acrescentam valor, como opções saudáveis e alimentos prontos a comer; reduzir mias os custos e desenvolver e expandir o seu negócio de retail media”.

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